Cientistas europeus desenvolveram um CODEC universal, capaz de tocar qualquer gravação, musical ou não, em qualquer dispositivo. O CODEC - uma sigla para COmpressor-DECompressor - é um programa de computador utilizado por todos os aplicativos conhecidos como "media players".
O projeto, chamado ARDOR ("Adaptive Rate-Distortion Optimised sound codeR"), foi desenvolvido sob a coordenação do grupo de pesquisas IST ("Information Society Technologies").
"No momento, há dúzias de codecs de som. Basicamente, cada aplicação tem seu próprio codec dedicado e esses codecs são otimizados para sinais de entrada específicos, como voz ou música, e restrições específicas, comoa taxa de amostragem," explicou Nicolle van Schijndel, coordenador do projeto, em um comunicado do grupo IST.
Com isto, cada codec roda em seu próprio ambiente de software e em aparelhos específicos. O que significa que um codec que rode em um computador, por exemplo, não irá funcionar em um telefone celular.
Essa confusão de codecs apareceu à medida em que as empresas de software desenvolveram códigos que otimizam a música para equipamentos específicos: em um telefone celular, por exemplo, é necessário fazer com que o arquivo fique pequeno, para que ele possa ser baixado rapidamente, mas em um CD é possível utilizar-se arquivos gigantescos para cada música.
O tamanho do arquivo é determinado pela taxa de amostragem da música, essencialmente a quantidade de dados que define todas as notas de cada canção. Quanto mais dados, melhor a qualidade, mas um som de qualidade de CD pode levar até duas horas para ser baixado para um telefone.
Isto é um problema. "Atualmente, há duas tendências: a convergência de equipamentos eletrônicos e comunicações móveis, e a emergência de ambientes de rede heterogêneos, largamente disponíveis," diz van Schijndel. Redes formadas de equipamentos diferentes e variados, como telefones celulares, PDAs e computadores, por exemplo, não podem trocar arquivos de mídia facilmente, perdendo grande parte de sua funcionalidade.
Agora isto poderá mudar. O projeto ARDOR desenvolveu um codec genérico que, se adotado, permitirá que qualquer porção de música ou voz gravada seja formatada para qualquer equipamento. A taxa de amostragem, ou o tamanho de cada canção, é adaptado para cada equipamento receptor. Ele funciona tanto para um telefone celular quanto para uma transmissão profissional de rádio ou televisão.
Embora o projeto tenha sido um sucesso, gerando um grande número de publicações técnicas e sido alvo de intenso interesse de especialistas na área, muito trabalho ainda necessita ser feito.
Além de não ser maduro o suficiente para servir como um código-padrão, o novo codec precisa ser adotado pelas empresas fabricantes de equipamentos e de software. Essas empresas geralmente utilizam seus codecs proprietários como uma vantagem competitiva, criando uma audiência cativa.
"Eles provavelmente só [adotarão o novo codec] se houver uma necessidade clara, por exemplo, porque seus codecs não oferecem a funcionalidade e a interoperabilidade necessárias. Eu espero que esse seja o caso, mas somente o futuro dirá," afirmou van Schijndel.
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