Artistas geralmente não são pessoas conformadas. Não é diferente com Clifford Ross, um fotógrafo norte-americano que não estava satisfeito com a qualidade das imagens digitais produzidas pelos equipamentos comerciais. Ele não deixou por menos: criou sua própria câmera fotográfica, capaz de produzir imagens com nada menos do que um gigapixel de resolução.
O resultado é de impressionar: a resolução é tamanha que permite um zoom com detalhes que escapariam aos melhores observadores. Observe que, na imagem de cima, há um pequeno quadrado vermelho, na parte inferior esquerda. A imagem de baixo nada mais é do que uma parte daquele pequeno quadrado, no qual pode se ver um pequeno pássaro e detalhes da grama.
No site do artista (ver quadro Para Navegar), estas imagens podem ser vistas em resolução total.
Mas, por melhores que sejam os resultados de sua poderosa câmera, batizada de R1, Ross ainda não está satisfeito. E, para criar um equipamento ainda mais poderoso, ele reuniu uma eclética equipe de artistas e cientistas que já ficaram conhecidos como o "dream team" das imagens.
O seminário, batizado de Big Picture Summit, foi realizado na Universidade de Nova Iorque, Estados Unidos e contou com o apoio dos Laboratórios Sandia.
Ross afirmou que seu objetivo em reunir os maiores especialistas, das principais instituições científicas é trazer para mais próximo da realidade o seu sonho de criar um novo tipo de experiência fotográfica que ele chama de "como se você estivesse lá".
"No início do século XV, o impulso para retratar a sensualidade de forma mais realística levou o artista Jan van Eyck a inventar a pintura a óleo," afirmou Ross. "O mesmo tipo de impulso está me conduzindo, exceto que eu estou tentando retratar uma montanha. Pixels são simplesmente a tinta a óleo do século XXI."
O sonho de Ross significa construir um sistema 16 vezes mais poderoso do que o maior equipamento hoje disponível, utilizado para visualização de dados científicos nos Laboratórios Sandia.
Artistas e cientistas têm objetivos diferentes mas que, nesse caso, são complementares. Os cientistas acreditam que um sistema de visualização na magnitude proposta por Ross irá melhorar muito sua capacidade de ver e entender conjuntos gigantescos de dados produzidos nas pesquisas científicas. Exemplos desses dados são aqueles produzidos tanto por imagens de satélite quanto por simulações de reações químicas e interações físicas geradas
"Meu
"Nós queremos entender de um ponto de vista intuitivo o que é que permite que alguém que vê uma imagem tenha um 'insight'," afirmou o cientista Carl Diegert.
A reunião resultou em um projeto que será realizado em duas etapas. Na primeira, a câmera R1 de Ross será aperfeiçoada e deverá ser capaz de capturar um gigapixel de informação digital a uma velocidade de 1/15 de segundo ou menos.
Na segunda etapa será construído o sistema imersivo de visualização, que Ross já batizou de "teto Sistino eletrônico", numa referência à Capela Sistina, no Vaticano, que teve seu teto pintado por Michelangelo entre 1508 e 1512.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
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